12/08/16

Criação do hábito da leitura nas escolas

Laé de Souza

Escritor Laé de Souza.
Laé de Souza

Alunos leitores! Este é o desejo não só de todo educador amante da literatura, mas também dos que acreditam que a leitura é de suma importância na formação do ser humano. Pessoas que lutam contra um estigma de que o brasileiro não gosta de ler, um “slogan” assimilado não só pelos alunos, mas, infelizmente, também por muitos professores. É necessário que os professores amantes da leitura convençam, além dos seus alunos, os seus colegas a verem a leitura com outros olhos. Não há possibilidade de termos alunos leitores em uma classe dirigida por um professor que não goste de ler.
Antes de aplicar um projeto de leitura é preciso que o professor acredite na ideia e também tenha consciência de que a leitura é o caminho para a educação e melhoria do país. Ter esses pensamentos é o início de tudo. Não podemos fazer com que as pessoas acreditem naquilo que não acreditamos. É preciso, inicialmente, que alguns professores aprendam a ter prazer na leitura para que possa conduzir um processo de formar leitores.

Em mais de quinze anos à frente de projetos de leitura reconheço facilmente um professor interessado pela leitura. Os seus alunos veem o livro com um olhar diferente e propõem questões mais elaboradas. E esse professor, preocupado em formar leitores, busca várias maneiras e artifícios para levar o aluno a descobrir o prazer da leitura. Percebemos, então, que é possível formar leitores e que uma da melhores maneiras de fazermos isso é na escola, com uma classe dirigida por professor que goste da leitura e acredite na possibilidade de fazer com que os seus alunos vejam a leitura como prazer.
Temos sugerido aos professores que iniciem os trabalhos com um livro de fácil entendimento, que retrate ambientes conhecidos, preferencialmente com textos curtos como crônicas ou contos, que deixem os alunos levar a obra para casa para familiarizar-se e criar intimidade com o livro, que após a leitura criem grupos para debate dos temas abordados, que façam adaptação dos textos para teatro, que reescrevam o texto utilizando as mesmas personagens, que deem um novo final para a história e, principalmente, que o professor leia atentamente a obra para intermediar os trabalhos.

É importante que a leitura seja constante e que dê oportunidade ao novo leitor de escolher a obra que mais lhe agrade. A imposição de uma leitura que nos é agradável, muitas vezes não é a indicada ao novo leitor. Devemos de ter em mente que como todo produto, devemos nos perguntar se é isso que o público quer. Os gostos são diferentes e não podemos deixar escapar nenhum aluno da oportunidade de se tornar um leitor. Nem sempre um clássico é o mais indicado para o início da leitura. Deve-se começar de forma mais tênue e depois de formado o leitor, colocar em suas mãos uma leitura mais complexa.

É necessário utilizar melhor a biblioteca. Além de obras atuais, é preciso alterar a imagem sombria, de silêncio profundo e destinada a visitas de intelectuais. É importante criar o hábito de leitura e o desenvolvimento de atividades na biblioteca. Impressiono-me com o fato de sempre encontrar bibliotecas fechadas quando visito as escolas. Será que o cuidado excessivo é pelo medo de furto ou para que as obras se conservem intocadas e sempre novas?  Eu estimulo e não vejo como sacrilégio grifar trechos que são interessantes. Sempre achei que a biblioteca deveria ser mais dinâmica. Os meus projetos de leitura nada mais são do que bibliotecas em busca de leitores. Leitores focados nas escolas como os projetos “Ler é Bom, Experimente!”, “Minha Escola Lê” e “Lendo na Escola”, e, também, leitores existentes em todos os lugares e em todos os momentos. Nos ônibus, hospitais, parques, praças e outros. É fascinante fazer as pessoas descobrirem o prazer da leitura.

O interessado em formar leitores deve estar atento, pois se não souber conduzir bem o processo poderá ao invés de criar leitores, confirmar o tal estigma e fazer com que os seus alunos tenham ojeriza ao livro. O professor que coordena um projeto de leitura com paixão, bem sabe disso e ao finalizar as atividades percebe que os seus alunos constataram que não é que não gostavam de ler, apenas desconheciam a leitura de forma agradável e a descobriram como um grande prazer.

A minha experiência me faz dizer com firmeza que a formação do leitor é um processo lento, gradual, mas possível. Várias são as manifestações de alunos que me dizem que para suas próprias surpresas começaram a gostar de ler após ter participado de um projeto de leitura. Para que isso ocorra, é imprescindível que seja um bom projeto e dirigido por um professor paciente, amante da leitura e que queira fazer o grande bem de transformar os seus alunos em leitores. Por sorte, encontramos muitos deles por aí, o que nos dá a esperança de sermos um dia um país de leitores.

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Comentários

A leitura é, sem dúvida, o caminho para a aprendizagem significativa. Concordo com o autor que diz que o encantamento pela leitura é essencial e o professor deve se encantar para encantar os leitores. Por isso, os mediadores da leitura devem conduzir os projetos de forma lúdica e prazerosa. Parabéns Laé, por realizar projetos de leitura pelo Brasil todo, formando leitores e escritores.

Rosangela Meira
Data: 27-09-2016 - DISTRITO DA FEIRINHA - CONDEUBA | BA


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"A cada dia acredito mais na possibilidade de termos um Brasil Leitor. O resultado dos projetos de leitura me leva a acreditar que é possível realizar esse sonho".

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